sábado, 23 de julho de 2011

Quem é o Homem?

O homem sabe de politica, de economia, de educação, de matemática, de informática, escreve bem, expressa-se na lingua materna, na de Cervantes, na de Shakespeare, e na de  Molière. Arranha ainda na lingua do infame ditador de ridiculo bigode que atormentou o mundo entre 39 e 45 do século passado. Marujo por curiosidade e depois por obrigação, gozou aquela vidinha até ao espremer do tutano. Amuou, cansou-se das viagens semanais entre o burgo que o viu nascer e a grande aldeia a que pomposamente chamam de capital e quando passou pela última vez o passadisso da lata de conservas ficou definitivamente onshore. Para trás ficou o vocablário incompreensivel das velas que deram novos mundos ao mundo. Para trás ficaram as viagens de circunavegação. Para trás ficou o cheiro a mar, a camarata, a meias e fardas mal cheiroras onde o aviso "...informa-se a tripulação que não há águas correntes..." nem sempre era literal. Para trás ficou a vidinha de mordomias "servida" em flautes, aromatizada por loiras, morenas, ruivas, altas, baixas e até mesmo inválidas com olhos de vidro ou pernas de pau. Ainda se cruzou, levemente, com a politica. dedicou-se aos números, á vida de sequeiro (entenda-se ausencia de mar) e ao ensino. Agora reencontrou a velha paixão da astronomia. Para "complicar" ainda mais apostou na astrofotografia. Sair com o homem para uma noitada destas é sair para uma dor de pescoço, uma noite de frio (se não levar abafos) e para uma noite de visita guiada ao céu profundo. O homem lê o céu como eu leio o meu nome. Trata as estrelas, as constelações, as vias lacteas, as nublosas e os "enxames" como se todos vivessem em casa dele. Quem é o HOMEM?