O homem sabe de politica, de economia, de educação, de matemática, de informática, escreve bem, expressa-se na lingua materna, na de Cervantes, na de Shakespeare, e na de Molière. Arranha ainda na lingua do infame ditador de ridiculo bigode que atormentou o mundo entre 39 e 45 do século passado. Marujo por curiosidade e depois por obrigação, gozou aquela vidinha até ao espremer do tutano. Amuou, cansou-se das viagens semanais entre o burgo que o viu nascer e a grande aldeia a que pomposamente chamam de capital e quando passou pela última vez o passadisso da lata de conservas ficou definitivamente onshore. Para trás ficou o vocablário incompreensivel das velas que deram novos mundos ao mundo. Para trás ficaram as viagens de circunavegação. Para trás ficou o cheiro a mar, a camarata, a meias e fardas mal cheiroras onde o aviso "...informa-se a tripulação que não há águas correntes..." nem sempre era literal. Para trás ficou a vidinha de mordomias "servida" em flautes, aromatizada por loiras, morenas, ruivas, altas, baixas e até mesmo inválidas com olhos de vidro ou pernas de pau. Ainda se cruzou, levemente, com a politica. dedicou-se aos números, á vida de sequeiro (entenda-se ausencia de mar) e ao ensino. Agora reencontrou a velha paixão da astronomia. Para "complicar" ainda mais apostou na astrofotografia. Sair com o homem para uma noitada destas é sair para uma dor de pescoço, uma noite de frio (se não levar abafos) e para uma noite de visita guiada ao céu profundo. O homem lê o céu como eu leio o meu nome. Trata as estrelas, as constelações, as vias lacteas, as nublosas e os "enxames" como se todos vivessem em casa dele. Quem é o HOMEM?
sábado, 23 de julho de 2011
Quem é o Homem?
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segunda-feira, 18 de julho de 2011
Rapidinhas Gastronómicas - O Patio da Oliveira
Não tem um nome pomposo, não tem criados de libré, perdão aos mais sensíveis agora chamam-se colaboradores, não nos estendem a mão enluvada de branco, já a pedir a gorjeta (leia-se pedir esmola esse hábito tão enraizado nos USA e nos países sob a sua influencia “cultural”, como se os USA tivessem cultura) quando saímos do carro, não pisamos alcatifas assinadas, não tem exclusividade no design de interior. Não é, ao que me apercebo, conhecido dos grandes “connoisseurs”, aqueles que fazem opinião e influenciam as entradas de caixa dos restaurantes pela publicação das suas “Doutas”opiniões nas páginas gastronómicas mas que não distinguem a salsa dos coentros e muito menos sabem fazer um estrugido, não é caro nem barato. Refiro-me a um restaurante em Mourão, Alto Alentejo, situado na Praça da Republica, ao pé da Câmara Municipal e mesmo de frente para o Jardim que é dos poucos onde ainda se pode ouvir as vozes das crianças e assistir, sem que o façamos de propósito, ao saltitar das hormonas dos adolescentes que por ali deambulam nas noites de verão. Um Jardim vivido como já é raro ver.
A fachada do restaurante é discreta e sóbria, talvez com 16 mesas (não as contei. Sou cusca mas não tanto.) agradavelmente decoradas com copos multicoloridos, suportados por tampos de mesa, ao que me pareceu, de pedra negra da região. As cadeiras são confortáveis convidando a uma degustação demorada, sem que os que sofrem de distúrbios na sua “posterior intimidade” tenham de apressar a deglutição. A carta pareceu-me variada q.b. e privilegia a santa e adorável gastronomia alentejana. Como só assim deve ser. Nada de” Langoustes aux Herbes thai”, “escargosts”ou outras coisas impronunciáveis. Nada desses nomes. Açorda de Cação, Bochechas de Porco e outras iguarias regionais é o que reza a carta. E os vinhos? Nada de “Grange Hermitag”e, “Chateau Margaux”, “Pétruz” ou “Romanée Conti”. São coisas, felizmente, inexistentes. Só vinhos nacionais de boas castas com predominância para os regionais. Experimentem o vinho da casa tinto, verão como é uma agradável surpresa. As malditas tentações, com forte predominância de açúcar cozinhado, que acumulam gorduras e fazem correr para o ginásio (apenas alguns o fazem. Por mim fico-me no sofá e faço zapping). Os Doces! Bons!
Restaurante: O Patio da Oliveira
Localização: Praça da República - Mourão
Relação Qualidade (1)Preço: Bom
(2)Estrelas Mabor: 4
(1) Os critérios de avaliação de preço não são valores impostos pela NASDQ, mas impostos por quem tem de contar os cêntimos para saber se tem dinheiro para uma aventura gastronómica
(2)Se os outros podem ter as Michelin, porque não posso eu ter as Mabor que são pneus de fabrico nacional?
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